A Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE) divulgou ontem, 27, o resultado geral das assembleias da categoria. Segundo a entidade, 18 sindicatos estaduais submeteram a proposta de emenda da Senadora Eliziane Gama (Cidadania/MA) ao PL 2564/2020 às bases. Em 14 estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Maranhão, Pará, Acre, Tocantins, Goiás e Distrito Federal) os enfermeiros votaram por lutar em defesa do texto original do PL. Noutros quatro estados (Pernambuco, Minas Gerais, Ceará e Rio Grande do Sul), os trabalhadores preferiram apoiar a proposta da senadora.

A Direção da FNE destacou que a decisão da maioria não fecha as portas para novas proposições parlamentares. Apenas indica que "para que haja de fato a valorização profissional, minimamente, se faz necessária uma propositura acima das médias salariais que já são praticadas no país".

A Federação esclareceu que a proposta da Senadora Eliziane Gama, que propôs um piso de R$ 4.750 para os enfermeiros, nem sequer se iguala à média salarial da categoria, calculada pelo DIEESE. Baseado na RAIS, a média salarial da categoria era R$ 5.249,52 em 2019. Também de acordo com o DIEESE, em seu boletim N°19, o salário mínimo dos brasileiros deveria ser de R$ 5.330,69 para cumprir o que manda a Constituição Federal.

A Presidente do Sineal, Renilda Barreto, comentou o resultado da rodada nacional de assembleias. "Vejo esse resultado com naturalidade. Se os sindicatos forem negociar tomando as dificuldades, então a gente vai lutar apenas por alimento. Porque são 14,4 milhões de desempregados no país e a carestia batendo na casa dos 10% por mês. Precisamos lutar pelo que é justo, porque eles querem nos ver de joelhos e pires na mão. Vamos erguer a cabeça e arregaçar as mangas e buscar o que é nosso por direito‼️", disse a dirigente.