John Victor: Uma história de paixão acadêmica pela Enfermagem

O mestrado em Enfermagem Psiquiátrica da Universidade de São Paulo (USP), referência em toda a América Latina, logo mais terá um representante alagoano. Aprovado em 1º lugar, John Victor dos Santos Silva, enfermeiro recém-formado pela Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), iniciará a pós-graduação ainda no primeiro trimestre desse ano. O Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Alagoas (Sineal) parabeniza a conquista do profissional e acredita que esse feito tem um grande valor para a enfermagem do estado.

Além da USP, John também foi aprovado em primeiro lugar na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). E parece que o pesquisador coleciona primeiros lugares – alcança o feito desde o seu início na Uncisal, em 2014, quando também foi selecionado para o curso de enfermagem em primeiro lugar na modalidade de cotas.

Seleção

O interesse pela área acadêmica vem desde quando era estudante de outros cursos superiores, mas foi na enfermagem que ele despertou para a área que deseja atuar: Saúde Mental. Esse encontro o estimulou a participar da seleção dos dois programas de pós-graduação.

Na UFSCar, a seleção foi a partir da análise do projeto de pesquisa e currículo acadêmico, e o projeto do John foi voltado para a pesquisa sobre os sentidos referentes à recuperação, reabilitação e ressocialização dos indivíduos que possuem transtornos mentais e que são atendidos no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do município de São Carlos. Ele elaborou um trabalho qualitativo voltado para investigar como esses pacientes conseguem se desenvolver nas atividades sociais e quais instrumentos utilizam para tal fim.

Já a seleção da USP contou com uma etapa a mais, a arguição oral, e o projeto submetido foi uma caracterização do ensino de saúde mental em Maceió, desenvolvido para ser aplicado nas escolas de enfermagem da capital. Por isso, esse projeto tem uma grande importância na carreira do pesquisador de origem maceioense.

Os dois programas de mestrado são referência nacional no estudo da Saúde Mental. O programa de enfermagem psiquiátrica da USP, por exemplo, é o único do país específico para a atuação da enfermagem na Saúde Mental. Além disso, a Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto é colaboradora da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana de Saúde para o desenvolvimento de pesquisas na Enfermagem.

John conta que se preparou por cerca de um ano para as seleções. “Comecei a me preparar em dezembro de 2018. Fui às instituições, conheci o programa, os professores, e as linhas de pesquisa para tentar absorver como é a forma de trabalho deles e o que esperam de um aluno na pós-graduação”, explica.

Aprovação

O enfermeiro diz que toda a sua formação, desde o nível fundamental ao superior foi na rede pública e, por isso, destaca o sentimento de orgulho em representar Alagoas nessa jornada. “Quando vi o resultado passou um filme na minha cabeça com toda a minha trajetória. Fiquei extasiado, não conseguia acreditar que era real. Lutei para ser aprovado, mas não imaginava que fosse ficar em primeiro lugar. Até tive medo de não ser aprovado na USP, que é onde eu mais queria e umas das principais da América Latina. Mesmo com todas as dificuldades que podemos ter nas universidades de ensino superior público, essas instituições têm força para capacitar bem os estudantes para que eles consigam alcançar os objetivos - seja trabalhar na assistência, docência ou ser pesquisador”, relata.

Ele explica que se inscreveu em segredo, só compartilhou com muitas pessoas após o resultado. “Quando saiu o dia do resultado, em 10 de dezembro, eu estava em casa com a minha mãe e foi um dia muito maravilhoso. Ali mesmo comecei a falar para os meus amigos, professores e familiares, e esse momento de compartilhar foi muito bacana”, conta.

Essa conquista talvez não fosse possível se ele não tivesse o apoio de professores e orientadores tão dedicados e que deram o suporte necessário para uma carreira brilhante na pesquisa. Os nomes de Thyara Maia Brandão e Mara Cristina Ribeiro logo vêm à mente de John quando questionado sobre esse suporte.

As docentes o incentivaram na pesquisa e, ao longo do curso, ele colecionou diversas participações acadêmicas: Foi monitor da disciplina de Pesquisa em Saúde, presidente da Liga Acadêmica de Saúde Mental da Saúde, presidente e idealizador do Congresso Alagoano de Saúde Mental, que teve sua quinta edição em 2019. Além disso, o enfermeiro participou de muitos congressos, apresentou trabalhos e publicou diversos artigos na área. A extensa bagagem, sem dúvidas, foi essencial para o êxito acadêmico nas seleções de mestrado.

Para a presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Alagoas (Sineal), Renilda Barreto, a conquista de John tem grande relevância para todos que fazem parte dessa categoria.  “Ficamos muito orgulhosos de nos deparar com um profissional que inicia o ano internacional dos enfermeiros e enfermeiras reafirmando o reconhecimento que a enfermagem merece”, diz.

Ela ressalta a importância do trabalho científico para a contribuição de uma enfermagem de qualidade na vida de todos. “A enfermagem precisa ser vista como uma profissão essencial na vida das pessoas e que temos o conhecimento técnico científico para reafirmamos esse compromisso com a sociedade, com qualidade e excelência. John contribui em fazer a diferença na Enfermagem, e sem medir esforços, vai em busca de um trabalho de qualidade”, finaliza.


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