Déficit de enfermeiros durante a pandemia preocupa Sineal

Combater a pandemia da covid-19 tem sido o principal foco dos profissionais da saúde nos últimos meses. Os esforços para a prestação de um atendimento adequado para a população estão sendo enormes e, infelizmente, possuem consequências. Uma delas é o déficit de profissionais da enfermagem no país e em Alagoas. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o ideal é que haja 1 enfermeiro para cada 500 pessoas, em média. No Brasil, essa proporção chega a 0,9% para cada 500 pessoas. Segundo o Conselho Federal de Enfermagem, o país tem um déficit de cerca de 17 mil profissionais de enfermagem. 

Em Alagoas, temos 28.037 profissionais de enfermagem registrados, sendo 7.766 Enfermeiros. Até o início de maio, 191 enfermeiros já haviam sido afastados do trabalho por conta da covid-19. Mesmo que não existam números atualizados sobre o déficit estadual de enfermeiros, os profissionais já sentem na pele os efeitos do descaso com a saúde nos últimos anos e o reflexo desse desleixo durante o enfrentamento de uma pandemia. 

O Sineal vem se mantendo diligente nessa questão e, além da cobrança incessante com relação ao afastamento dos profissionais que fazem parte do grupo de risco e da exigência por EPI’s em grande quantidade e qualidade, há uma luta para que os governantes aumentem o número de profissionais através de contratações, principalmente durante este período crítico da saúde.

Recentemente, o sindicato conquistou uma vitória importante na justiça, em uma ação que obrigou o Hospital Maternidade Santa Mônica, dentre outras coisas, a substituir o pessoal afastado, com a contratação temporária e emergencial de médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem.

A presidenta do Sineal, Renilda Barreto, reforçou que as condições que têm sido impostas para alguns profissionais são desumanas. “O sindicato vem recebendo algumas denúncias chocantes. Enfermeiras que ficam sozinhas em uma unidade de saúde, dando plantões de 24 horas. Essa profissional terá um horário para descanso? Claro que não. Isso é um absurdo, a saúde dos profissionais está sendo totalmente desrespeitada”, disse.


Tags: Justiça do Trabalho Alagoas COVID-19 Coronavírus

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